segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O mundo islâmico


O mundo islâmico (2)

António Bica

O extenso mundo islâmico  em 100 anos  alargou-se dos Pirinéus à Índia, incluindo a Espanha, o norte de África, o Médio Oriente (com excepção da Turquia), a Pérsia (hoje Irão) até às margens do rio Indo, na Índia.
Neste longo espaço as chefias árabes e convertidas ao islamismo forma muito tolerantes. Cada povo conquistado podia seguir a sua religião (com maior tolerância para os cristãos e os judeus), gozar de larga autonomia e conservar os seus costumes.
As trocas comerciais que os bárbaros germânicos do norte eliminaram na Europa que ocuparam mantiveram-se assinadas no mundo político do islão. Os muito dirigentes políticos, militares e administrativos que se tinham acabado de converter ao islamismo para conservar poder e riqueza continuaram a cultivar o latim na Espanha e no norte de África até à Líbia e o grego na Líbia e no Médio Oriente e a estudar os filósofos gregos e latinos, com especial destaque para Aristóteles. Os originários da Pérsia e da Índia trouxeram para o mundo islâmico os avançados conhecimentos matemáticos da Índia.
O Centro político deste mundo islâmico estabeleceu-se, com os califas Abássidas, em Bagdade, hoje capital do Iraque no largo e fértil Vale dos rios Tigre e Eufrates. O mundo islâmico nos séculos 7º, 8º, 9º e 10º era espaço de liberdade, de desenvolvimento de ideias, de alargamento do conhecimento e sobretudo de intensa actividade comercial entre a Índia e a China (a oriente) e a Europa ocupada pelos bárbaros germânicos (a ocidente). Esse comércio de pimenta, de canela, de incenso, de seda, de benjoim, de almíscar, de panos finos, porcelana, de lacas tornou o mundo islâmico próspero e desenvolver a sua cultura o que sempre acontece quando a riqueza cresce e se estabiliza.
Na Europa de então a parte rica e culta era a Espanha islâmica com o califado de Córdoba. Aí iam estudar os mais curiosos sábios da Europa do Centro e do norte.     

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